sábado, 31 de outubro de 2009

MARATONA DE PORTO ALEGRE, Maio de 2006

Pessoal,

Depois de todo sofrimento, posso falar que agora sou um maratonista.

Realmente é pauleira correr 5 horas. É isso mesmo: 5 horas e 4 minutos (foto, painel da esquerda)

Até o pessoal de ponta me parabenizou, inclusive teve um da Run&Fun que chegou em 10º lugar e levou troféu e prêmio em dinheiro.

Mas voltando ao assunto, vim curtindo a prova e o percurso até o 21, fazendo tudo o que estava previsto, mantendo o meu tempo e foi quando que começou o sofrimento.

Com muitas dores no glúteo, não conseguia aumentar o passada e tive que reduzir um pouco a velocidade (que já era baixa).

Desse trecho até o 27, era em uma avenida que beirava o rio, ventava muito e CONTRA, então o esforço foi duplo. Além disso, do outro lado da avenida eu via todo mundo voltando, mas eu ainda tinha MUITO chão pela frente.

O Mario, a Suzana (mulher do Mario e minha nutricionista) e a Renata minha mulher estavam no km 30 (3:30 de prova!!!) dando batatas cozidas com muito sal (que por sinal estavam deliciosas), foi quando falei: Mario, tô muito cansado e ele comentou: agora é na raça, comemore cada km vencido (vejam a foto).

Lá fui eu, já com outras dores, cansado, não sabendo o que seria da minha performance depois dos 30 (a gente não treinou mais que isso) e sabendo que tinha mais 1 hora e 20 de prova.

Fui levando no trotinho e suportando as dores até o 36 que foi quando começaram as câimbras, primeiro na coxa direita. Parei, alonguei e continuei meio capenga.

SURPRESA: quando olho para a esquerda, vejo a van do resgate/lixão atrás do último colocado, esse sim, parecia "bandeira de pirata" (essa expressão é do Mario): SÓ PANO E OSSO. Aí deu um desespero, não queria terminar a prova na van do lixão.

De repente, nova câimbra, agora na panturrilha, andei uns 10 metros, continuei mais capenga ainda, e por incrível que pareça começa a câimbra na outra coxa, na outra panturrilha e isso foi acontecendo até o 38: as câimbras vinham, eu andava um pouco para amenizar a dor e voltava a correr (não sei se posso chamar aquilo de corrida).

No 39 apareceu o André de bicicleta e a presença dele foi fundamental, dando incentivo, falando para esquecer a técnica (já viram isso???) e que o momento era somente de força.

Quando cheguei no funil da chegada, já não tinha quase ninguém (também, ninguém fica 5 horas esperando alguém chegar) e tinha planejado em fazer uma festa para mim mesmo, pular, gritar, sei lá, era pra desabafar, mas não tinha força para mais nada, (fotos). Tinha que pegar a medalha, as frutas e o bolinho (foto) que tava delicioso, e ir embora, porque tava todo mundo com fome e me esperando para pegar a van para o hotel.

Agora posso falar uma coisa. Vale muito a pena, recomendo a todos. É um exercício de paciência, perseverança, total auto-conhecimento e com certeza, a frase que escutei em um dos treinos é totalmente válida:

A DOR PASSA, O ORGULHO É QUE FICA.

Valeu a companhia de todos nos treinos e nos vemos nas próximas semanas (não consigo nem andar, tá tudo doendo.

Abraços e beijos a todos.

Um comentário:

  1. Blog Profissa !! Dedicação Impressionante !!
    Superação Extraordinária !! Automotivação !!
    Parabéns pela conquista e pela determinação !! Fewel

    ResponderExcluir